Durante a obra, o acesso ao local ficou restrito aos servidores e trabalhadores da empresa que realizou a reforma
Um dos principais prédios de Florianópolis será iluminado à altura de sua magnitude e relevância histórica: o Museu Histórico de Santa Catarina, sediado no Palácio Cruz e Sousa, está sendo reaberto ao público nesta terça-feira, dia 10. O espaço ficou aproximadamente 45 dias fechado ao público para realização de uma reforma completa na parte elétrica.
Toda a fiação foi substituída e as arandelas internas e externas tiveram a estrutura modernizada e, assim, poderão ser ligadas novamente. A última grande reforma da parte elétrica havia sido realizada há cerca de 40 anos, conforme a administradora do espaço, Maria José Brandão. “Os lustres, por serem peças antigas, foram higienizados e restaurados e agora ficarão acesos – o que antes não acontecia”, informa.
“Ao reabrir esse importante espaço que foi cenário de vários episódios da história de Santa Catarina, oferecemos ao público mais conforto e segurança. A reforma do exterior do Palácio Cruz e Sousa já foi concluída, assim como a parte elétrica e a marchetaria. Ainda vamos trabalhar no restauro das pinturas murais, de forma a preservar esse patrimônio dos catarinenses”, completa o presidente da Fundação Catarinense de Cultura, Rodolfo Pinto da Luz.
O Museu Histórico reabre com duas exposições na Sala Martinho de Haro: uma delas com obras do pintor Hassis e a outra de Jone Cesar Araújo, com a temática dos 270 anos da chegada dos açorianos ao litoral catarinense.
Quem visitar o Museu Histórico poderá fazer uma tour virtual com o auxílio de um audioguia (clique aqui). Com essa ferramenta, o público pode obter informações sobre as principais obras, em texto e áudio, e em cinco línguas: português, inglês, espanhol, francês e italiano.
O Museu
Criado pela Lei Estadual nº 5.476, de 4 de outubro de 1978, o Museu Histórico de Santa Catarina (MHSC) teve sua abertura na Casa da Alfândega, em Florianópolis, realizada em 2 de março de 1979, conforme termo de abertura assinado pelo secretário da Educação e Cultura, professor Márcio Cesar Moraes.
A mudança efetiva da Alfândega para o Palácio Cruz e Sousa ocorreu antes mesmo que a lei que transferia o MHSC para a nova casa fosse sancionada. No dia 5 de dezembro de 1986, ocorreu a solenidade em que o governador Esperidião Amin sancionou a lei que transferia definitivamente o MHSC e o IHGSC para o Palácio Cruz e Sousa. Na Lei n. 6.900, de 5 de dezembro de 1986, o Palácio passa aos cuidados do MHSC.
A História
Em meados do século XVIII, época em que foi criada a Capitania da Ilha de Santa Catarina e nomeado seu primeiro governador, o brigadeiro José da Silva Paes, foi também construído junto à praça da Vila de Desterro um prédio de três seções e dois pavimentos para ser a nova “Casa de Governo”. Durante mais de um século, o Palácio passou por diversas modificações, até que na mudança republicana uma grande reforma (1894–1898) foi realizada, adquirindo as características arquitetônicas preservadas até o presente.
Dez estátuas alegóricas esculpidas pelo artista italiano Gabriel Silva ornamentam a parte externa do prédio, coroando as platibandas. Entre elas, a padroeira do estado, Santa Catarina; a ninfa evocativa dos mares, Anfitrite; e o deus mitológico Mercúrio, compondo com duas barricas, alegoria alusiva ao comércio e à indústria catarinenses, respectivamente, sendo o último localizado no alto da fachada lateral, à direita. Os ladrilhos da calçada à frente do palácio foram importados e assentados no ano de 1910.
Posteriormente, nas obras de manutenção, foram realizados inúmeros acréscimos e modificações internas, além de repinturas que se acumularam em várias camadas com o passar dos anos. Em 1977, deu-se início a um grande trabalho de restauração do edifício, que passou a denominar-se, em 1979, Palácio Cruz e Sousa, em homenagem ao grande poeta catarinense.
Em 1984, o prédio é tombado como patrimônio histórico do Estado e iniciam-se novas obras de restauração, as quais lhe devolvem as características arquitetônicas originais da reforma feita pelo governador Hercílio Luz em 1898. Em 1986, reaberto, passa a sediar o Museu Histórico de Santa Catarina.
A partir de 2005, foram retomados os trabalhos de restauração das pinturas decorativas das paredes internas e dos forros de estuque, tratamento emergencial necessário, que vem sendo realizado por uma equipe de profissionais qualificados, dentro de rigorosos critérios técnicos. Quem visita o Museu pode acompanhar as etapas da restauração.
Da redação: Marcos Espíndola/FCC
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