O pedido foi apresentado nesta quarta-feira (29), durante reunião virtual realizada pelo colegiado
Representantes da Associação de Doulas de
Santa Catarina (Adosc) reivindicaram, junto à Comissão de Saúde da Assembleia,
o cumprimento da lei estadual que garante o acesso e o trabalho das
profissionais nos hospitais de Santa Catarina. O pedido foi apresentado na
manhã desta quarta-feira (29), durante reunião virtual realizada pelo colegiado.
Na ocasião, a presidente da Adosc, Michele Wanderlind,
afirmou que a entidade é sensível ao aumento das medidas de segurança sanitária
tomadas pelo governo do Estado em razão da pandemia de Covid-19, mas que o
recebimento de denúncias de casos de violência obstétrica e também da proibição
do acesso dos companheiros das parturientes aos ambientes hospitalares, a levou
a tomar uma atitude. “A Adosc é uma instituição que luta não só das doulas, mas
também pelos direitos sexuais e reprodutivos das mulheres, pela proteção de
todas elas, e não poderíamos ficar caladas neste momento.”
Ela destaca que uma solicitação por escrito, visando à
liberação do acesso das doulas aos hospitais e maternidades, chegou a ser
enviada para a Secretaria de Estado da Saúde (SES), mas não houve resposta.
“A Lei do Acompanhante em alguns hospitais ainda não está sendo efetivada
e nós, doulas, continuamos não sendo recebidas nos hospitais, ainda que todas
as outras categorias profissionais já tenham voltado as suas atuações.”
Michele argumentou que o acompanhamento da doula proporciona
uma série de benefícios à parturiente, como a diminuição das chances de
ocorrência de casos de violência obstétrica, de cesarianas e até mesmo do tempo
necessário para o parto, além de aumentar a percepção de qualidade do processo.
A vice-presidente da Adosc, Amanda de Assis, acrescentou que
as restrições impostas pela SES também vêm impossibilitando o sustento financeiro
de inúmeras pessoas. “Muitas de nós trabalham com a dolagem como sua única
fonte de renda, então este é um período muito triste para várias de nós, que
dedicamos todo o nosso tempo a esse movimento de humanização do nascimento e de
apoio e assistência à saúde da mulher.”
Uma sugestão apresentada pela Adosc é que o governo viabilize
a construção ou adaptação de locais específicos para a realização de partos
normais, ou que promova fluxos específicos dentro dos hospitais para o
atendimento das gestantes e das puérperas. A medida, argumenta a entidade, além
de facilitar o retorno das doulas, contribuiria para a diminuição do risco de
contágio de Covid-19.
Em resposta, o deputado Dr. Vicente Caropreso (PSDB), que
atua como vice-presidente da Comissão de Saúde, afirmou que o colegiado
continuará tratando da questão com o objetivo de chegar a uma alternativa que
concilie os diferentes pontos de vista das partes envolvidas. “Acredito nenhum
diretor de hospital queira barrar quem quer que seja, é que estamos no meio de
uma confusão. Essa comissão não vai se furtar de reivindicar o que nós mesmos
aprovamos, mas antes vamos procurar ouvir representantes do setor”, explicou o
deputado.
Da redação: Alexandre Back/Agência AL
Foto: Fábio Queiroz/AL
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