Temporada teve predominância de turistas entre 41 e 60 anos, e crescimento da presença de estrangeiros
A temporada de verão 2024/2025 encerrou-se com resultados extremamente positivos para o setor turístico no litoral de Santa Catarina. Segundo dados divulgados nesta sexta-feira (21) pela Fecomércio SC, houve uma clara mudança no perfil dos turistas que visitaram o estado, com predominância de pessoas mais velhas e de maior poder aquisitivo, em comparação aos verões anteriores. Além disso, um fato que não passou despercebido foi a massiva presença de argentinos nas praias, especialmente em Florianópolis e Balneário Camboriú.
Esse cenário contribuiu para um aumento expressivo nos gastos dos visitantes. Em média, cada grupo desembolsou R$ 9.349, o que significa um salto de 41% em relação à temporada anterior, quando o valor foi de R$ 6.620. Para Hélio Dagnoni, presidente da Fecomércio SC, não há dúvidas de que esta temporada foi um sucesso.

“Tivemos praias lotadas durante todo o verão. Embora o maior movimento tenha ocorrido em janeiro e fevereiro, dezembro e março também apresentaram ótimos índices. O clima colaborou na maior parte do tempo, permitindo que os turistas aproveitassem nossas belezas naturais e realizassem suas compras. Tanto o setor turístico quanto o comércio estão extremamente satisfeitos, e esperamos que o próximo verão seja igualmente positivo, ou até melhor”, afirma Dagnoni.
Mudança no perfil dos turistas
O verão 2024/2025 confirmou uma tendência crescente: a idade média dos turistas que visitam Santa Catarina continua subindo. Nesta temporada, mais da metade dos visitantes (54,4%) tinha entre 41 e 60 anos, enquanto, historicamente, este público representava 37,9%. Com isso, a média de idade dos turistas chegou a 45 anos.Por outro lado, os jovens estão perdendo espaço. Apenas 3,9% dos visitantes tinham entre 18 e 25 anos, frente a uma média histórica de 13,9%. Outras faixas etárias também registraram queda: os turistas de 26 a 30 anos passaram de 14% para 7,8%, e os de 31 a 40 anos caíram de 27,4% para 23,8%.
Outro destaque da pesquisa foi a presença de grupos com maior renda. Famílias com renda entre cinco e oito salários mínimos representaram 30,8% dos turistas, um aumento significativo em relação aos 24,6% históricos. Já as faixas de oito a dez salários mínimos e de dez a quinze salários mínimos também cresceram, enquanto aqueles que ganham menos de cinco salários mínimos caíram de 45,9% para 23,6%. Segundo Daniele Cruz, analista de pesquisas da Fecomércio SC, esses dados revelam mudanças socioeconômicas relevantes. “Estamos recebendo turistas mais velhos e com maior poder aquisitivo, o que é altamente positivo para setores como hotelaria e comércio, já que esses grupos tendem a gastar mais”, explica.
Um exemplo claro desse aumento no consumo foi o gasto médio com compras, que cresceu impressionantes 81% em relação à temporada anterior. Ajustados pela inflação, os grupos de turistas gastaram, em média, R$ 1.050, comparado aos R$ 579 no verão passado. Os locais de compra favoritos dos turistas foram: comércio das praias (38,8%), comércio no centro da cidade (33,4%), shopping centers (14,1%) e vendedores ambulantes (13,7%). Outros setores também se beneficiaram: os gastos com hospedagem subiram 10%, enquanto os desembolsos com alimentação aumentaram 38%.
Turistas estrangeiros em destaque
A temporada também foi marcada pela forte presença de turistas estrangeiros, que representaram 35,2% dos visitantes. Este é o maior percentual registrado desde 2013. Entre os estrangeiros, os argentinos dominaram, representando 28,8% do total, seguidos por uruguaios (2,8%), paraguaios (2,3%) e chilenos (0,8%).
Florianópolis e Balneário Camboriú destacaram-se nesse cenário: na capital catarinense, os estrangeiros foram maioria, representando 55% dos visitantes, dos quais 45,5% eram argentinos. Já em Balneário Camboriú, os argentinos somaram quase um terço dos turistas (29,3%). De acordo com Hélio Dagnoni, o câmbio favorável impulsionou os gastos dos argentinos, que desembolsaram cerca de 35% a mais que os demais turistas. “Foi comum ver longas filas de argentinos em lojas de roupas e departamentos, aproveitando as vantagens econômicas”, comenta.
O levantamento revelou ainda, que 75,6% dos turistas chegaram ao estado em carro próprio, acima da média histórica de 70,7%. Além disso, a proporção de visitantes que utilizaram ônibus ou serviços fretados aumentou para 8,1%, enquanto 9,7% optaram por transporte aéreo.
Da redação com informações da Fecomércio
Fotos: Gilberto Gonçalves/FN
Leia mais
Revezamento Volta à Ilha 2025 terá atletas de todas as regiões brasileiras em Florianópolis
Dupla do Veleiros da Ilha é campeã sul-americana da classe 29er em Punta del Este
Oficina de pintura de ovos resgata tradição da Páscoa no Jurerê OPEN